terça-feira, 16 de agosto de 2011

Endorfina




http://queropegartodas.com
Juro que eu tento. Tento achar legal, tento ver sentido naquilo, tento tanto que em algumas épocas já fiz até com alguma regularidade. Mas confesso que por mais que tente não consigo achar natural. Embora já o próprio conceito do que é natural possa ser relativo. Pra mim, é relativo coisa nenhuma. Mas me entenda, refiro-me a natural no sentido de algo intrínseco ao nosso viver. Como comer, fazer xixi, beber, até exercitar-se, percebe? Afinal, não apenas o cérebro; o corpo e a alma também precisam de exercício, reconheço.

Tenho dificuldade em enxergar sentido é no sujeito alterar todo o seu corpo, sua rotina e sua alimentação, comendo num sei quantas vezes mais calorias por dia do que lhe seria suficiente, gastando num sei quantas vezes mais calorias por dia do que seria razoável, produzindo num sei quantas vezes mais radicais livres (portanto, envelhecendo num sei quantas vezes mais), para ficar com um padrão de beleza estética atualmente em voga. Claro que dá um certo prazer, produz endorfina, essas coisas que se diz. Mas, vamos e venhamos, que endorfinazinha exigente, né, não?

Mas nada contra, bem entendido. Aliás, nada contra nada. Epa! Também não é assim. Mais ou menos. Contra algumas coisas, sim. Mas tô nem aí pro que cada um faça da sua vida e, ao assim fazer, não esteja fazendo mal a alguém (talvez, só talvez, a ele mesmo, mas isto, por isto mesmo, não é problema meu). Mas é que preciso, confesso, encontrar uma explicação que me aquiete, que me conforte na minha preguiça. É, talvez seja por isto.

Anteontem presenciei um amigo — na verdade, um bom (bom quer dizer legal) conhecido, amigo de um amigo — desculpando-se com o aniversariante porque iria embora mais cedo. A justificativa: estava morto de sono porque acordava às 4 horas da manhã para puxar ferro. Ou por outra: malhar. Fazer musculação. Com aquela declaração, arregalei os olhos, olhei-o de soslaio, disfarçadamente,... e pensei: Ôxe! Num tá vendo que eu não iria perder meu soninho pra levantar de madrugada e ir levantar peso, empurrar peso, peso, peso, peso?

Um outro amigo confidenciou-nos (a mim e a minha namorada), em uma festa, que estava com dor na consciência porque não havia ido à academia, malhar. Pode? Ele estava se sentindo culpado! Diz que já tá viciado. Deve ser a tal da endorfina, novamente. Bom, endorfina por endorfina, nada a produz mais do que fazer sexo. Aí, me rendo, dá pra entender! Pronto! Se é pra se viciar em endorfina, faça sexo! Nada mais natural.

8 comentários:

Fernandinha disse...

kkkkkk Adorei o texto!

Anônimo disse...

Adorei, Mô!
Você está coberto de razão.Cada vez mais as pessoas estão escravas de um tipo de beleza padrão e se matam nas academias ou se submetem a dietas malucas e se esquecem do que mais importa: ser feliz!!!

André Falcão de Melo disse...

Obrigado, amore! Bom, pelo menos ficam bonitas (às vezes).

Obrigado, Fernandinha! kkkk Ah! Ficou ótimo o destaque dado à camisa do Galo na sua foto do perfil!

Obrigado pelo prestígio das visitas e dos comentários.

Fernandinha disse...

kkkkkkk Camisa do Galo, né? Ta bom. Mas n vá se acostumando. Ruuuum!!!

Thays disse...

Adorei seu post de hoje, principalmente a dica para o vício da endorfina, rs...bjo

Anônimo disse...

adoreeeeeei, painho! como sempre, vai além das minhas expectativas a cada texto. te amoooo!


Nanda

Aída disse...

André, bem que eu gosto da sua dica pra produzir e se viciar em endorfinas, mas to achando que esses ingleses nao gostam muito de endorfina nao.... pior pra mim ne?kkkkkkkk
Beijos
Aida

André Falcão de Melo disse...

É, Aída... Dizem q nós, latinos, somos melhores arteiros nessa arte... rsrsrs Mas q coisa! Endorfineze-se, garota!! rsrs