Entenda, peço-te. Não sei fazer poesia. Não sei de poema. Não entendo de estrofe, ritmo, metrificação... Perdoe-me. Mas amo. Amar é poesia? Se não, poema serve. Mas sinta o amor, pois é ele que afinal importa seja percebido, compreendido e, principalmente sentido. Mas precisa morrer, para que outro nasça.
É madrugada, agora. E preciso de um amor. Não de um qualquer. De um como o que sou capaz de sentir. Um que me faça bem. Sem o qual não se viva feliz, como já cantavam o poetinha e Tom. Amor pra se dizer segredos de liquidificador, como Cazuza. Amor que baste. Que sorria, gargalhe, goze, durma, viva. Amor que morra, pra continuar vivendo, feliz.
Entenda, peço-te. Não sei fazer poesia. Não sei de poema. Sei do que sinto. Do que possa sentir e fazer sentir. Do que possa cuidar. Sei quando amo, quando quero, espero, desejo e torço. Sei de mim. Sei que quis, o quanto quis, o que senti. Sei que tudo fiz, esperei, pedi. Só não sei de você. Ou sei.
É madrugada, agora. E eu ainda preciso de um amor. Do amor. Do bom amor. Que me traga tudo o que se espera de um amor assim bom. Que faça o coração bater forte. Que embriague, aqueça, açoite, anime, extasie, anoiteça, adormeça. Que traga confiança, segurança, respeito,... sossego. Sim, quero o sossego do amor previsível, alegre, dedicado, tranqüilo, mas voraz, inquieto e apaixonado. E que as pétalas que acaso caiam dos meus olhos, sejam quase sempre das flores que desabrocham felizes, e quase nunca do orvalho do sofrimento.
Entenda, peço-te. Não sei fazer poesia. Não sei de poema. Quero só amar e ser amado. Quero compreender, mas também ser compreendido. Um amor jogo de frescobol, não de tênis, como já ensinava Rubem. Um amor em que ambos ganhem e nenhum perca. Sempre. Um amor com paixão e compaixão. É amor que quero. É amor que sinto. E é assim que quero me sentir. E que o novo, e o novo haverá de vir, tal qual o amanhecer que não falta, bem-vindo será.______________Foto: http://eternaaprendiz.wordpress.com/2008/05/09/sindrome-do-coracao-partido/