*Tb pub no Caderno SABER, do jornal GAZETA DE ALAGOAS, de 03.10.2015
Sinto saudades de ti
Suas mãos parecem com as minhas
Eu te amo tanto, pai
Sinto você por perto
Queria saber está comigo
Eu te amo tanto, pai
Não há dia sem você
Em todos lembro de ti
Eu te amo tanto, pai
Vejo alguém que dirige bem
Você que me ensinou
Eu te amo tanto, pai
Nunca me deixou faltar nada
Ao ponto de que nem percebia
Eu te amo tanto, pai
Olho de novo pra minhas mãos no teclado
Gosto de olhar as suas nas minhas
Eu te amo tanto, pai
Quero tanto que você esteja bem
Quero tanto que você não esteja mais sofrendo
Quero tanto sentir você de novo comigo
Suas pernas magrinhas
Seu bíceps, que, eu pequeno, você me mostrou era grande
Sua presença que nunca me faltou
Seu desejo eu estivesse próximo
Seu pedido de socorro, doentinho
Eu te amo tanto, pai
Ah, como sinto sua falta
Como sinto falta de tanta coisa
Eu te amo tanto, pai
Quando me vejo descartando a guerra
Lembro que assim era você
Eu te amo tanto, pai
Não há madrugada que não lembre
Você as desbravava
Eu te amo tanto, pai
Penedo, quatro horas da matina
Ah, pai, graças a Deus acordei para acompanhá-lo
Eu te amo tanto, pai
Consegui trazê-lo aqui
Essa escada você subiu
Eu te amo tanto, pai
Lagartixa, as mais diversas épocas
Desde festa de Santa Efigênia
Eu te amo tanto, pai
O trator, os pés de laranja
Os passarinhos que desisti de alvejar
Eu te amo tanto, pai
Fico imaginando, meu velho
O tanto que você me amou e não disse
Eu te amo tanto, pai
Lembro do seu pedido de socorro na madrugada
Tinha que ser eu
Eu te amo tanto, pai
E eu torcia que não houvesse esse pedido
Pelas duas razões
Eu te amo tanto, pai
Não queria que você precisasse de socorro
E não me sentia forte para ajudá-lo
Eu te amo tanto, pai
Lembro de tudo
Não há nada que me escape de você
Eu te amo tanto, pai
Ainda vejo sua cabecinha perto da minha
Quando são, e também quando doentinho
Eu te amo tanto, pai
Nada me era pior do que ir vê-lo naquele quarto
Tão fraquinho, tão indefeso
Desculpe-me, meu pai
Choro quando me decido a deixar você vir
Porque deixar significa sentir uma imensa saudade
E sempre tem sofrimento
Sinto tanto sua falta, meu pai...