segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Anand'amor

Crônica
Tem o primogênito (que no caso é “a” primogênita); tem o filho homem (que é o do meio, mas aqui o destaque vai para o sexo do dito cujo, e não para a sua posição pela ordem de chegada ao meu mundo); e tem o... caçula (que também é “a”). Como os demais — uma, por ser a primeira, a que inaugurou; outro, por ser o filho homem que todo pai, acho, sonha ter —, a caçula também tem um charme especial, no caso, ditado por essa condição que lhe é peculiar. São três filhos maravilhosos! Estão sempre a me lembrar, a cada vez que os olho, a cada abraço e beijo que lhes dou — e são tantos! —, o quanto Deus me abençoou e abençoa. E, por isto mesmo, o quanto eu tenho que agradecer-Lhe. Todos os dias.

A caçula, razão maior da crônica, bem..., é a caçula. A pequenininha, a menorzinha, a que veio por último. Em se tratando do meu “pequeno ser”, como a chamo entre tantas formas carinhosas outras, o tamanho ainda diminuto, onde em tese caberia menos “coisas”, confere-lhe ainda mais doçura, ainda mais ternura, ainda mais generosidade, ainda mais amizade, ainda mais lealdade, ainda mais (pasme) maturidade, ainda mais amor... Não bastasse, é inteligente pra dedéu, e responsável demais da conta. Tudo isto sem deixar de ser traquina, serelepe, peralta, moleque.

Era-lhe devedor de um texto, já que para seus irmãos já havia escrito. E ela cobrava. E como cobrava! “Painho, você não me ama...”, dizia-me brincando, mas com uma ponta de seriedade e ciúme. “Amo, meu amor.” “Mas só pra mim você não escreveu...”. “Vou escrever, sim! Deixa vir a inspiração... Cê vai ver!”

Seu amor é sempre superlativo, extremado, infinito, segundo ela faz questão de registrar (e quer que eu assim registre o meu por ela também). “Painho, você me ama?” “Amo.” Ama quanto?” “Muito.” “Paiiiinho! Ama quanto?!?! (rs)” “O máximo!” “Ah, tá (rs)!” “Com ou sem disposição?” “Huummm...” “Paiiiinhooo!! (rs)” “Tá bem (rs). Com muuuita disposição!” Tem que ser um amor assim. Porque é assim o amor que ela sente; é assim o amor que ela precisa eu sinta por ela. E assim é.

A gente conversa “até umas horas”. Somos confidentes, somos amigos, somos apaixonados um pelo outro. Somos pai e filha. Ou “paiiiiii eeee fiiiiilhaaa...”, como a gente costuma cantar quando saímos só nós dois. Ser seu pai é mais uma dádiva que Deus me concedeu. Um enorme privilégio, uma alegria, uma bênção. Seu nome é Ananda. Mas como é feita todinha, todinha, de amor, poderia assim chamar-se. Amor. Ou, simplesmente, Anand’amor.
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Publicada na Gazeta de Alagoas de 07/10/2009.