domingo, 9 de novembro de 2014

De novo, meu pai

Sinto saudades de ti
Suas mãos parecem com as minhas
Eu te amo tanto, pai

Sinto você por perto
Queria saber está comigo
Eu te amo tanto, pai

Não há dia sem você
Em todos lembro de ti
Eu te amo tanto, pai

Vejo alguém que dirige bem
Você que me ensinou
Eu te amo tanto, pai

Nunca me deixou faltar nada
Ao ponto de que nem percebia
Eu te amo tanto, pai

Olho de novo pra minhas mãos no teclado
Gosto de olhar as suas nas minhas
Eu te amo tanto, pai

Quero tanto que você esteja bem, pai
Quero tanto que você não esteja mais sofrendo
Quero tanto sentir você de novo comigo

Suas pernas magrinhas
Seu bíceps, que, eu pequeno, você me mostrou era grande
Sua presença que nunca me faltou

Seu desejo eu estivesse próximo
Seu pedido de socorro, doentinho
Eu te amo tanto, pai

Ah, como sinto sua falta
Como sinto falta de tanta coisa
Eu te amo tanto, pai

Quando me vejo descartando a guerra
Lembro que assim era você
Eu te amo tanto, pai

Não há madrugada que não lembre
Você as desbravava
Eu te amo tanto, pai

Penedo, quatro horas da matina
Ah, pai, graças a Deus acordei para acompanhá-lo
Eu te amo tanto, pai

Consegui trazê-lo aqui
Essa escada você subiu
Eu te amo tanto, pai

Lagartixa, as mais diversas épocas
Desde festa de Santa Efigênia
Eu te amo tanto, pai

O trator, os pés de laranja
Os passarinhos que desisti de alvejar
Eu te amo tanto, pai

Fico imaginando, pai
O tanto que você me amou e não disse
Eu te amo tanto, pai

Lembro do seu pedido de socorro na madrugada
Tinha que ser eu
Eu te amo tanto, pai

Lembro de tudo
Não há nada que me escape de você
Eu te amo tanto, pai

Sou capaz de ver sua cabecinha perto da minha
Quando são, e também quando doentinho
Eu te amo tanto, pai

Nada me era pior do que ir vê-lo naquele quarto
Tão fraquinho, tão indefeso
Desculpe-me, meu pai

Choro quando me decido a deixar você vir
Porque deixar significa sentir uma imensa saudade
E sempre tem sofrimento


Sinto tanto sua falta, meu pai...

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